domingo, 31 de janeiro de 2010

Ateliê: pondo ordem no caos

Algumas imagens que registrei, enquanto arrumava o caos que insiste em tomar conta do meu pequeno estúdio. É impresssionante o tanto de coisas que acumulamos sem nos darmos conta, através dos anos. Nesta tão adiada e - finalmente em processo - arrumação tive que lidar com coisas de até quase quinze anos atrás, de desenhos a anotações da época do colégio. Como em todo processo de faxina que fazemos, sempre são encontradas pequenas raridades pessoais, minúsculos tesouros que redescobrimos. Neste caso, a maioria na forma de desenhos: centenas de páginas rabiscadas com esboços, personagens, histórias, ideias e trabalhos diversos. Coisas que já tinha dado por perdidas ou que sequer lembrava que tinha feito. Pouco a pouco irei postando esses materiais por aqui :) 

Trecho do estúdio, no meio do processo de se rasgar papéis, abrir velhas pastas e selecionar coisas.

Alguns dos muitos livros que estavam encaixotados, como as minhas antigas coleções Aventura Visual e Guia Ilustrado dos Animais, livros que devorava quando era pequeno, junto com a fantástica enciclopédia Descobrir. São livros que de fato cresci lendo, e que merecem um lugar ao sol - e inclusive inicialmente no sol mesmo, pois o inevitável cheiro de mofo também insiste em ser descoberto...

Pilhinha de papéis, neste caso os originais do meu curtinha Alucina 15, de 2007. Com esses materiais em mãos postarei aqui em detalhes sobre o processo dos trabalhos animados que tenho feito - coisa aliás que já quero fazer há tempos.

E esta última imagem é de um quadro ainda inacabado, um políptico chamado "As Fases do Homem". Já faz tanto tempo que está em processo que estou considerando seriamente finalizá-los como quadros separados mesmo. Enfim.

Em breve então, mais imagens de pequenas surpresas resgatadas nestas buscas involuntárias :)



sábado, 30 de janeiro de 2010

Referência - Jacques Drouin

Mestre de umas das técnicas de animação mais complexas que se tem notícia - a animação em tela de pinos -, Jacques Drouin foi 'aprendiz' do inventor dessa técnica, o animador e artista plástico russo Alexander Alexeieff. Junto com sua esposa Claire Parker, Alexeieff desenvolveu uma superfície vertical onde milhares de pinos de tamanho milimétrico podem deslizar para a frente e para trás, o que, de acordo com a iluminação, podem parecer mais claros ou mais escuros (variando de 0 a 100% de preto), e dessa forma então se pode criar belíssimas imagens com incríveis nuances. Ao se criar para animação imagens animadas desta forma, encontramos um processo laboriosíssimo que envolve total imersão, concentração e dedicação criativa no trabalho, onde os pinos devem ser mexidos frame a frame de forma consecutiva e precisa a dar a ilusão de movimento das imagens criadas. Nem mesmo Norman McLaren, um dos pais da animação experimental conseguiu utilizar esta técnica a fundo, realizando apenas testes - "Não tenho o tipo de paciência necessária", disse o animador uma vez, a respeito de realizar um filme inteiro com esta técnica.
Abaixo, um dos trabalhos de Drouin, onde possibilidades técnicas e complexidade temática se misturam perfeitamente. Deste que o vi pela primeira vez, este curta se tornou uma referência obrigatória, e ultimamente o tenho visto e revisto, sendo uma das principais referências para o Círculo.
Finalizando, é interessante saber que vários - embora poucos - foram os animadores que já trabalharam na tela de pinos, e confesso que gostaria muito de experimentar. Acredito que este dispositivo não exista no Brasil, mas um dia espero ter a oportunidade de colocar as mãos em um - e quem sabe até produzir algo :D

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ateliê



Foto de uma pequena parte do meu ateliê - na verdade minha mesa do computador, exatamente do jeito que está agora. Estou me divertindo fotografando ultimamente, e ainda mais com uma câmera nova que adquiri. Não é nenhuma dessas mega-profissionais, é apenas uma Samsung caseira, mas estou muito empolgado com os resultados que ela tem me ajudado a criar. Em breve postarei diversas fotos do meu ateliê, através dos tempos. A cada novo trabalho, uma nova configuração... e uma nova pequena bagunça.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estudos soltos




Estudos soltos realizados de forma rápida, direto no computador, no software Corel Painter, testando as possibilidades de cores, traços e formas em figuras humanas (embora estilizadas). Reconheço que pouco tenho desenhado 'realisticamente' de uns tempos rpa cá, mas tenho voltado e quero treinar mais, para pensar em projetos futuros utilizando rotoscopia. Aí sim, espero poder misturar tudo - animação experimental semi-abstrata com figuras humanas com movimentos realistas. Vamos ver no que vai dar :)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Referência - Michaela Pavlatova

Mais uma referência da fantástica animação do leste europeu, desta vez da tcheca Michaela Pavlatova. Este trabalho mostra uma visão bem particular do ambiente de um café, com personagens próprios e diversos. A temática dos encontros e desencontros é característica da sua obra, além claro do toque de sensibilidade próprio das animadoras. Além de tudo isso, o curta foi realizado em 1991, nos processos tradicionais de animação (papel, tinta, acetato, câmera na truca), o que dá um sabor muito especial, um tempero próprio dessa maneira de se fazer animação, e que não se encontra mais do mesmo jeito hoje, nas produções finalizadas digitalmente. Segue o curta, então: :)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Tipografias


Estudos que fiz algum tempo atrás, para o que poderia vir a ser tornar fontes. O processo de se fazer uma fonte, porém, é muito mais complexo do que se pode imaginar, e juntando ao fato que pouco tenho me dedicado ao design em si, ultimamente, acabou que estas ideias ficaram apenas nestes estudos mesmo. Outra coisa é que não costumo ficar escrevendo meu nome nos testes, mas neste, por algum motivo, o usei no lugar das clássicas frases de tipografia. Bom, pelo menos já está assinado :)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Entrevista - Bom Dia Ceará (2008)


Pequena entrevista ao programa Bom Dia Ceará, em novembro de 2008, na época do Nóia - Festival de Cinema e Vídeo Universitário. Dois de meus trabalhos foram selecionados - "Faróis" e a vinheta da Oficina de Cinema de Animação Experimental. A entrevista foi bem tranquila... mas tenho que reconhecer que essa de desenhar frente à câmera é mesmo uma coisa muito difícil :P
Na mesma matéria são entrevistados ainda Darwin Marinho e Daniel Bandeira, realizadores também selecionados, e Virna Paz, que compunha a direção do festival.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Múltiplos



Imagens que desenvolvi para um projeto na Escola de Audiovisual, curso oferecido pela prefeitura de Fortaleza. Na época, em março de 2007, estávamos criando possibilidades para curtas com a temática "Imagem e Corpo", que era um dos ateliês da grade da escola. Tive então esta ideia de criar pessoas com múltiplos membros, que visava discutir os limites da nossa "habilidade" diária de fazer mil coisas ao mesmo tempo. O projeto porém não foi aprovado - o que talvez tenha sido até bom, pois até hoje me pergunto como exatamente eu o faria de forma razoável -, mas qualquer dia desses eu quero de voltar nesta ideia e ver o que pode ser feito. Agradecimentos às minhas coleguinhas Cíntia Mapurunga e Juliana Holanda, que posaram pacientemente no intervalo das aulas para que eu criasse estas imagens :)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Referência - Wioletta Sowa

Mais um trabalho próprio da aguçada sensibilidade feminina, Refreny é um curta de animado feito na Polônia, terra de onde, por sinal, sempre saem magníficas obras. A autora, Wioletta Sowa (os nomes poloneses são outra coisa que acho fascinante) foi aluna do mestre animador Jerzy Kucia (que também trabalha no filme) e criou uma misteriosa e bela obra - como muitas do leste europeu, possui um eixo narrativo, mas dentro de um tempero experimental muito particular. Fantástico.


domingo, 17 de janeiro de 2010

Exercitando o olhar



Há algum tempo tenho experimentado algumas coisas no universo da fotografia. Imagens aparecem sempre na nossa cabeça, de várias maneiras, e a fotografia trabalha a possibilidade de se "apossar" da realidade tal como ela se apresenta, e dando o nosso toque pessoal. Estas imagens são fruto de uma exercício de fotografia da disciplina Fotografia Digital, que fiz no semestre passado, no curso de Design. Foi uma ótima oportunidade para de fato exercitar possibilidades e enxergar não só o mundo como a própria fotografia com outros olhos.






Estas são apenas algumas; ao todo foram 36 fotos, em 3 exercícios de fotografia. Estão todas no flickr :)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Dr. Baltazar



Tirando algumas coisas do baú digital, apresento este personagem que até então só existia como parte do trabalho da disciplina Desenho de Animação, do curso de Design que faço na Fanor - Faculdades Nordeste. Chama-se Dr. Baltazar, e trata-se de um psiquiatra que era muito mais louco do que os seus pacientes. A história não era lá muito original, mas foi uma boa oportunidade para brincar com um estilo de desenho à la UPA, que adoro desenhar de maneira solta, sempre como diversão, sem esperar muito. Talvez por isso eles acabem se revelando mais expressivos do que outros trabalhos que faço "levando a sério". Acho que essa é a busca eterna do artista, a de conseguir o máximo de expressividade e espontaneidade no que se faz.



Estes dois esboços ilustram bem como é o Dr. Baltazar. Uma das coisas que gostei foi fazer os olhos com esses raios (mais do que cílios), com os quais já tinha brincado em outros trabalhos, e que dão uma expressão mais vigorosa para o personagem.
No fim das contas, acabou que nem eu nem meus colegas de turma da disciplina fizemos os curtinhas com os personagens, mas valeu pela criação. Tinha feito, porém, alguns testes de animação ainda; neste primeiro quis ter uma ideia de como seria o visual geral do curtinha, com ângulos loucos, movimentos rápidos e com closes em detalhes específicos, conforme fosse necessário:



E produzi ainda dois ciclos de caminhada simples; inicialmente, um em esboço, com 6 quadros:



E um segundo, finalizado e colorido, mas desta vez com 5 quadros (retirei o último e o movimento ficou um pouco melhor):



Não sei se ficou lá essa coisas - depois de um bom tempo sem ver este material, ainda acho que o melhor foi o chapéuzinho dele pulando e caindo de volta na cabeça, que ficou mais fluido :) De qualquer forma, é legal sempre revermos estes materiais mais antigos, pois vemos o quanto caminhamos e muitas vezes eles nos fazem lembrar de coisas que nem lembrávamos que gostamos. Apesar de ultimamente estar trabalhando cada vez mais com imagens semi-abstratas, gosto muito de animação de personagens - adoro sobretudo os desenhos animados clássicos, dos anos 40, 50 e 60. Quem sabe um dia desses eu não misture tudo, juntando animação de personagens com loucas imagens experimentais... vamos ver no que dá. :)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

La Tour de Pise

     Na linha de postar algumas das minhas referências e influências, um pouco do trabalho do grande Michel Gondry. Redescobri este vídeo recentemente, quando procurava levar algo interessante para a aula de francês, e acabei reencontrando este trabalho. Afora suas possibilidades didáticas, este trabalho é belamente realizado na sua montagem - como sempre, considerando o Monsieur Gondry - e tem um clima muito interessante. Também é mais uma prova de que os diretores de live-action que foram animadores sempre tem uma visão mais ampla e criativa da imagem e suas possibilidades. Vamos ao vídeo:

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Referência: Michèle Cournoyer

     Mais um trabalho referência, desta vez da genial animadora canadense Michèle Cournoyer. A reflexão que ela propõe e a maneira como aborda um tema complexo e difícil é impressionante. Mais uma vez as animadoras mostram o cinema de animação experimental ao mundo de uma forma que só elas conseguem ver e realizar - com grande força e energia e ao mesmo tempo com uma fina sensibilidade.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Referência: Jeff Scher

     Jeff Scher, para mim, é um dos grandes animadores da atualidade. Praticamente desconhecido do mainstream da animação, Jeff pode não ser uma celebridade, mas tem um trabalho forte e intenso, incrível. O tenho como grande referência e influência desde o dia que conheci suas fantásticas obras. Posto abaixo o primeiro filme que assisti dele, o impressionante Milk of Amnesia, seguido do ótimo Trigger Happy, e por fim um pequeno documentário muito bacana que encontrei sobre ele no YouTube, onde ele fala do seu processo de criação e o vemos realizando um de seus trabalhos.







     Neste documentário, inclusive, ele fala que hoje tem um emprego que com certeza muita gente (eu inclusive, reconheço) invejaria: ele possui uma coluna no blog do jornal New York Times, onde uma vez por mês desenvolve um curta animado para pontuar alguma de suas impressões como realizador de animação experimental. O que mais acho interessante não é nem em ser pro NY Times, mas sim o fato de se criar uma coluna tão inovadora e criativa para um jornal (onde geralmente essas colunas de opinião são todas iguais - as opiniões, inclusive). Demais, tanto a ideia como a realização. Um dia a gente chega lá :)
    Vendo trabalhos de mestres como este só me faz sentir mais seguro de seguir em frente no caminho do cinema de animação experimental. As possibilidades são infinitas, e as únicas barreiras que existem são as que nós impomos. Toda forma de arte, aliás, deveria ser vista assim: sem limites, como realmente são. Em frente, em frente. :)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

16o. Vitória Cine Vídeo - Encerramento!


     Finalmente atualizando sobre o último dia do festival. Este dia também foi bem bacana. No início foi apresentado um filme animado feito por crianças, com trilha sonora realizada ao vivo. Apesar do filme ser curiosamente violento para o que se espera de um filme infantil (era sobre um garoto que se torna matador de aluguel (!) ), a trilha ao vivo casou perfeitamente com a imagem, e assistir esse espetáculo foi algo bem interessante. Me fez repensar o conceito de cinema de algo projetado simplesmente, previamente sonorizado e imutável para outras possibilidades, que remontam aos pimórdios do meio. Legal mesmo.

     Como era também dia de premiação, sempre dá aquele friozinho na barriga... Embora o meu trabalho ainda tenha muito a melhorar, cada um destes curtinhas que tenho feito tem galgado mais alguns degraus nos festivais - fato que, por sinal, sou muito grato - , e as chances de um prêmio, qualquer que seja, surgir, aumentam. Se meus trabalhos merecem de fato, aí já é com o Júri... mas o fato é que dá aquela sensação esquisita, uma pequena tensão, uma leve (senão razoável) ansiedade, que quase desejamos na hora não estar concorrendo... :P Bom, o fato é que se sentar no cinema para assistir ao encerramento de um festival em que você não está concorrendo é totalmente diferente de assistir à uma cerimônia de premiação em que você está entre os realizadores cotados. No fim das contas você nem sabe, depois de ver que não ganhou nada, se isso foi bom ou ruim... :P

   Mas uma coisa eu sabia: se fosse pra ganhar como Melhor Animação, o júri provavelmente teria que ter ficado louco, pois para uma produção totalmente experimental e independente, que não custou nada e que não tinha nem narrativa nem personagens claros nem nada dos pontos que geralmente se aprecia (e se procura) em animação, eu até que havia chegado bem longe. O ganhador desta categoria porém foi bem merecido: o sempre único Marão, amigo desde o Cine Vitória 2007, e pelo seu filme O Anão Que Virou Gigante. O que mais gostei no filme dele foi o caráter extremamente pessoal do trabalho - não o tema, como imagino que sempre falem pra ele, mas, não sei, a abordagem... o fato dele mesmo fazer a (excelente) narração, a animação cada vez mais afiada, e a linha da história... bom, cativante mesmo, é indiscutível. Se todos os animadores tivessem personalidade como o Marão, com certeza a animação por aqui já estaria muito mais desenvolvida.


   Meu colega de quarto no evento e novo amigo, Fábio Yamaji, ganhou pela trilha sonora do seu fantástico trabalho O Divino, de Repente. Com certeza cotadíssimo também para o prêmio de Melhor Animação, Fábio misturou diversas técnicas no filme, coisa que aliás sou muito suspeito pra falar, pois é algo que acho absurdamente fantástico. O casamento entre documentário e animação mais uma vez se mostrou promissor, e este com certeza é um filme referência nesta vertente que se insinua a cada momento mais.

     Também os amigos da terrinha Hugo Pierot e Gláucia Barbosa, realizadores experimentais, ganharam o prêmio de melhor vídeo, pelo O Homem Bifurcado. No agradecimento ambos foram muito humildes ao dedicar o prêmio ao cinema cearense. Bacana demais. Vamos todos juntos amigos! :)



   E gostaria de encerrar esta parte pontuando e reforçando o que já tinha falado na postagem anterior, que como em outras viagens à festivais, o maior prêmio que podemos receber realmente, no fim das contas não é, nem de longe, um troféu: é, ao invés disso, os novos amigos que fazemos, os antigos que revemos e poder ter a oportunidade de participar de toda essa atmosfera envolvendo a nossa paixão, o cinema - e, melhor ainda, - de animação. Isso realmente não tem preço. Sempre ouvimos falar de grandes figuras da área - como estes meus amigos citados - e quando os conhecemos pessoalmente vemos que temos todos os mesmos problemas, os mesmos obstáculos e dividimos todos o mesmo prazer por fazer filmes, por realizar os nossos sonhos. Seja qual for o suporte, técnica ou temática, estamos todos no mesmo barco, e com certeza os ventos estão cada vez mais favoráveis. Em frente!

   E pra finalizar, entre algumas coisas dos dias anteriores que aconteceram e não mencionei, algumas merecem ser comentadas. Era então dia 4, já havia assistido aos curtas do dia, e ainda não havia assistido nenhum longa da programação, nem mesmo na outra edição do festival que estive presente. Como passam muito tarde e terminam mais tarde ainda, a gente vai deixando pro outro dia e tal, pela fome, ou por sono, ou por outra coisa, enfim (acho que isso acontece em todos os festivais... :P), e acaba-se por não se ver nenhum. Decidi porém, nesse dia, que tinha que ver algum. Ia passar então o documentário Dzi Croquettes. Comecei a assistir, fui gostando... e quando me dei conta, tinha assistido todo. Puxa, impressionante, mesmo. A história desses percusores, pioneiros, inovadores e corajosos artistas é algo que merecia mesmo um filme. E o filme é intenso, do começo ao fim. O som estava altíssimo durante a projeção (que é algo que até gosto), então ao fim parecia que se tinha entrado mesmo no filme. Certamente todos saíram tontos da sessão. Demais. Qualquer dia desses deve passar no Canal Brasil, pois é produção deles. Vale a pena assistir :D

   E outro ponto que merece ser comentado (e preferia até que fosse esquecido... hahaha! :P) é que, neste mesmo dia, o ator Maurício Mattar foi um dos apresentadores da cerimônia - já que a cada noite uma dupla de "astros" (geralmente globais) se revezava na apresentação. Ele apresentou, normal, naquele estilo meio falso/forçado mas, enfim, vá lá, era de se esperar mesmo. E tudo transcorreu como de outras vezes, apresentando cada filme e chamando os realizadores ao palco e tal. Ao encerrar, porém, antes de chamar os filmes, qual não foi a surpresa de todos na tenda quando o apresentador diz que preparou uma "surpresa": disse que ia cantar, com 'exclusividade', uma música que estava "adaptando" da Mi Corazón Partido, do Alejandro Sanz! E aí de repente muda a iluminação, o playback começa a tocar antes que ele sequer comece a mexer a boca e ainda por cima começou a dançar! Achei que estava presenciando uma cena ao vivo do filme Falsa Loura, do Reichenbach, no qual o nosso amigo de "Mattar" (não resisti ao trocadilho... :P) parece zombar de si mesmo no papel que faz. Foi incrível... no pior sentido dessa palavra. Totalmente gratuito e desnecessário, a esta apresentação ao vivo só ouvi comentários revoltados perto de onde eu estava sentado, e um clima de indignação podia ser sentido, com certeza. Um senhor ao meu lado não parava de gritar revoltado. Essa é pra rir sozinho, como faço agora ao lembrar... no mínimo, bizarro... :P


     E é isso! As fotos retirei do site do festival. Como tinha falado antes, a produção em si do festival está de parabéns em quase todos os quesitos, só pecando mesmo, ironicamente, no mais importante: as projeções. Mas Cine Vitória 2010, se tudo der certo, aí vamos nós, novamente! Mas quem será que cantará desta vez?... :P