sábado, 27 de fevereiro de 2010

Referência: Fyodor Khitruk

Delicioso filme de um dos mestres da animação russa, é um trabalho que com certeza não canso de ver. Realizado em 1968, Film, Film, Film mostra tudo o que envolve a produção de um filme de grandes proporções, de maneira que é ainda mais do que hilária, é genial. Fyodor Khitruk consegue aliar com maestria o desenho simplificado (com grande influência do UPA, por sinal) com piadas visuais em um ritmo perfeito. Simplesmente uma grande referência.
A abertura é um espetáculo à parte, pra morrer de rir com as imagens e a música. Não há efeito digital nenhum que substitua o sabor destas sequências antigas com recortes feitas na truca, bem simplificadas e meio tremidas; São um verdadeiro deleite de se assistir.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Indicação: Smelly Cat

Conheci este vibrante blog há pouco tempo, através da lista dos animadores do yahoo. Com um design bem bacana, tem sempre notícias muito interessantes sobre o cinema de animação mundial. Mais recentemente eles tem investido mais nas produções brasileiras, trazendo informações sobre seus criadores.
Há alguns dias a equipe do blog fez uma postagem muito bacana sobre o meu trabalho. Ela pode ser vista aqui :)

Eles possuem também um video cast, o Smelly Cast, que é um bate-papo com os próprios criadores do blog sobre um tema do universo do cinema de animação. É inclusive exibido pela MTV. Segue um dos episódios.


 Vida longa ao Smelly Cat e a todas as iniciativas para divulgar o cinema de animação na sua essência! :)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Imagens - Projeto Gravura


Imagens realizadas pela fotógrafa Alana Linhares, durante a realização do Projeto Gravura, que fiz parte ano passado. Além do curso de xilogravura, tive a oportunidade de experimentar também gravura em metal, na segunda turma. Nestas fotos então apareço em alguns dos dias do projeto, em pleno processo de criação :)


A gravura em metal é um processo laboriosíssimo e metódico, e a 'criação efetiva' da obra depende diretamente de inúmeros fatores, que vem desde o lixamento e tratamento adequado da placa de zinco, passando pelo tempo certo nos banhos de ácido até a fase da impressão - esta, por si só, uma arte em si. A gravura que apareço fazendo só teve uma impressão - que como era a minha primeira não ficou lá essas coisas - mas espero logo que tiver uma oportunidade voltar a trabalhar nela :)

Na última foto aparece também o cineasta Philipi Bandeira, que está realizando um documentário sobre o projeto, e neste dia em particular rodava alguns planos com os alunos presentes.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Referência: Run Wrake



Através do livro que o meu amigo e colega animador Rico Rodriguez me presenteou, acabo de conhecer mais a fundo o trabalho deste genial artista. Run Wrake trabalha com animação desde o comecinho dos anos 90, e deve-se a sujeitos como ele um pouco daquela cara maluca das vinhetas animadas da MTV dessa época. É difícil definir o seu trabalho, mas entre colagens de fotocópias estouradas de imagens de arquivo, movimentos loucos de câmera e personagens surreais podemos ver uma criatividade absolutamente sem limites. Nem preciso dizer que todos os trabalhos que encontrei no site dele já estão devidamente baixados para se assistir muitas e muitas vezes. Este curta de cima é um dos seus primeiros filmes autorais, Jukebox, de 1994. E logo abaixo um trabalho mais recente, Rabbit, de 2005. Neste trabalho, apesar de usar os - hoje já clássicos e repetidos quase à exaustão - recortes animados à la After Effects, podemos ver o uso ideal da técnica como ferramenta, a serviço de algo; no caso dele, para criar as suas bizarras histórias, quer sejam ou não narrativas. A técnica não é a atração em si, mas uma forma escolhida para dar vazão, então, ao que se quer. Isso soa muito óbvio, mas a maioria dos trabalhos de hoje celebra a técnica como o cerne do trabalho - os meios então se confundem ao fim, e o resultado vemos em milhares de filmes sem alma.
E aqui o link para o criativo site de Run Wrake :)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Entrevista - TV O Povo



Entrevista para a TV O Povo, realizada há algumas semanas. Interessante que eles sempre disponibilizam o material na internet, o que ajuda a realmente se propagar.
De uma maneira geral, achei que até que não falei tão mal - normalmente falo muito e rápido demais, além de sempre saírem algumas coisas sem sentido; nesta aqui, no entanto, até que a coisa se desenrolou mais tranquila. No entanto, durante a matéria há vários deslizes na abordagem do repórter sobre o tema e acerca de diversas informações, o que não é novidade...

De qualquer maneira, está aí. É alguma coisa, além de ser um registro. Legal ver o amigo, colega e xará Diego José também aparecer e mostrar o seu trabalho. :)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Estudos distorcidos - 2007


Alguns estudos feitos, quando eu procurava novas possibilidades de distorcer as figuras tanto para a ilustração como para a animação. Folhinhas como estas, com muito desenhos feitos sem controle e sem esboços tenho muitas centenas. Algumas não dá pra salvar muita coisa, outras ainda são boas fontes de ideias pro futuro.


Neste de cima tentei brincar com tipos de pessoas, uma coisa que sempre gostei de fazer; sempre achei que a minha base como desenhista foi o cartum, a caricatura, e isso é algo que nos acompanha sempre. Nos de baixo, tentei inverter a imagem e mudar as cores, o que deu um efeito bem interessante. Animar algo assim ainda é uma ideia a ser realizada :)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desenhos - 2004 a 2007

Alguns desenhos que tenho reencontrado nas arrumações, buscas e faxinas, desta vez no âmbito dos antigos CD's de backup. Percebo que muitas coisas hoje faço diferente, em relação ao 'traço' em si, mas outras são aidna muito semelhantes... enfim, é sempre uma busca de algo que não sabemos bem o que é, mas continuamos procurando. Cada uma destas imagens foi feita numa circunstância específica, e alguns comentários são interessantes para se entender o contexto.
Este de cima era carinhosamente intitulado "4 Homens e meio segredo", ou algo assim. Não era nada em específico, apenas uma ilustração feita sem propósito direto, como estudo de ideia mesmo. Tenho que fazer mais isso; essa de só fazer o que se precisa acaba com a gente. Muitas vezes os estudos, esboços e testes sem compromisso sem revelam muito mais promissores do que os chamados trabalhos "sérios". A espontaneidade não é algo que se consegue se querendo, percebo... ela simplesmente aparece, e se estamos preparados para aceita-la ou não... aí é com cada um. Bom, acredito eu. :)

Este azul e o PB de cima foram para um estudo de um personagem, de uma das histórias que, como era comum nessa época, não saiu. Muitos foram os projetos que nunca consegui finalizar ou continuar. Hoje, embora isso ainda aconteça, a proporção é menor... não muito menor, mas menor :)

Esta imagem de cima merece uma postagem à parte... ou várias. Trata-se da capa de uma revista que começou a ser desenvolvida - os Stroobs. Tudo começou como um vibrante fanzine desenhado pelo Franklin, que criou os personagens e história de uma banda de rock. Após o fanzine ser feito e distribuído, pensei em reescrever a história e fazer uma revista - que estava mais pra livro ilustrado -, com o Raphael Campos (roteirista na época) e a coisa foi ganhando corpo. Infelizmente porém, o projeto não para a frente. Muito, no entanto, foi desenhado; qualquer dia desses escaneio e faço aqui uma postagem específica.
Esta garota de cima foi um estudo da época em que comecei a pensar em animar linhas soltas. Neste caso, as linhas de brilho do cabelo dela voariam pela tela quando tudo ficasse preto... ou algo assim. Hoje, mais de quatro anos depois, estou começando a ver mais claramente como isso pode ser feito...
E este último - que remonta inclusive à época que o blog foi criado - foi para mais uma história de roqueiros, que nunca saiu, embora tenha escrito toda, e que ia figurar ou em um fanzine ou em um curtinha. A ideia de fazer um curta sobre uma banda - real ou não - ainda me instiga, e é algo que quero realizar muito em breve, de um jeito ou de outro. :)

Reencontrar estas imagens é de fato uma viagem no tempo. Sempre que revejo esses materiais posso sentir uma certa "ingenuidade" do passado que acho que, conforme o tempo passa, vamos perdendo. Aquele nosso lado amador, não-profissional, que tanto nos esforçamos para apagar e substituir pelo profissional e tudo. Quando começamos a ver que talvez saibamos uma coisa ou duas, vemos que inevitavelmente perdemos aquele "eu" anterior à se conseguir o que se consegue, aquele que perseguia tanto aquilo. De repente, nos vemos um pouco mais experientes, mais velhos, com mais cicatrizes (também, não se pode esquecer disso) e longe daquela inocência do início. Seja como for, sempre carregamos algum tipo de inocência conosco, acredito eu, e acho que isso é algo que deve andar lado a lado com o "profissionalismo" que vamos aprendendo, aos poucos. É bom se sentir assim, sempre em processo, por que afinal de contas é assim mesmo que vivemos: sempre à procura, sempre em busca, nunca satisfeitos. De vez em quando, porém, parar e saborear um pouco o que se faz (e o que se fez) com certeza nos faz nos enxergar melhor o caminho à frente. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Entrevista: Grande Jornal (2009)

Entrevista que eu, o animador e quadrinista Diego José e os animadores e cineastas Telmo Carvalho e José Rodrigues Neto participamos na TV O Povo, à época da Semana da Animação, em outubro do ano passado. Embora transmitida ao vivo, foi bem tranquila e tivemos tempo para debater um pouco das nossas ideias. Abaixo, a entrevista completa em 6 partes.








Agradecimentos especiais ao amigo, colega e xará Diego José, que postou este material no YouTube :)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Tirinhas - 2005

Tirinhas realizadas em 2005, para uma exposição de tiras em quadrinhos com o tema Cinema,  a "NÓIA em Quadrinhos", que aconteceu dentro do Festival Nóia desse mesmo ano. É sempre interessante rever trabalhos mais antigos nossos, e vermos ao mesmo tempo o quanto evoluímos e o quanto fazíamos coisas que nem lembrávamos que fazíamos. Vendo agora, vejo que há uma certa ingenuidade nestas tirinhas, coisa que é interessante. Em parte há alguns problemas nos desenhos, como certas distorções não-propositais e pequenos errinhos, mas ao mesmo tempo há algo de leve e despojado nelas. Tenho estado um pouco desligado dos quadrinhos, mas algumas ideias ainda me perseguem... qualquer dia desses vou rever estas possibilidades :)