domingo, 29 de janeiro de 2012

Referência: Elizabeth Hobbs



Trabalho recente de Elizabeth Hobbs, animadora inglesa que há alguns anos já admiro e só recentemente seus trabalhos ganharam a internet com mais propriedade. Ela trabalha com uma técnica de pintura-no-tempo com aquarela, isto é, pinta e, com a tinta ainda úmida, fotografa, retira a tinta (que deixa sua marca no papel), repinta o próximo frame, fotografa novamente, e assim por diante. É algo bem mais complexo ainda de se fazer do que se parece, pois o trabalho deve ser muito rápido e preciso, além do que a própria qualidade "imprevisível" da aquarela torna tudo ainda mais desafiador. Uma vez conseguido, porém, os resultados são deslumbrantes, como a vinhetinha feita pela Srta. hobbs, acima.
Abaixo, um dos curtas mais conhecidos dela, "The Emperor", feito na mesma técnica.



Hoje a animadora tem o seu estúdio, Spellbound Animation, e produz trabalhos com uma economia de meios, por assim dizer, e ao mesmo com tanta energia e ritmo, numa "crueza"- isto é, liberdade e despretensão, até - que muito me identifico, como o curtinha abaixo, "Layman, Shaman, Daydreamin'".  Neste caso, feito de forma tão solta que vemos até as sujeiras do vidro onde foi pintado, oscilações de luz e outras coisas que jamais teriam passado por outros realizadores, mas que na abordagem livre dela tudo se torna parte indissociável do todo:



O trabalho abaixo ainda, "The Old, Old, Very Old Man" é ainda mais econômico e direto: narrativa seca - numa certa tradição do cinema de animação inglês - e realizado com tinta azul sobre um azulejo de banheiro branco. Vendo trabalhos como estes tenho cada vez mais certeza de que precisamos de cada vez menos para produzir trabalhos cada vez melhores.

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