quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Autorretrato - 1998


Desenhozinho recentemente encontrado após mais uma sessão das minhas intermináveis arrumações de estúdio e áreas afins. Ainda bem que já costumava colocar a data nos desenhos que me pareciam um pouco melhores, nesta época. 1998. Lembro de quando o desenhei e no dia seguinte o levei para o colégio para mostrar aos amigos, todos riram um bocado.
Quatorze anos passam realmente voando...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Diário Gráfico


Algumas imagens atuais do meu diário gráfico de bolso, que tenho desde 2010 e contando. A maioria delas - percebo agora - são estudos de rostos e expressões, várias dos quais comecei faz tempo e, conforme acho necessário, vou interferindo nos meses e anos seguintes. A princípio a ideia de mexer em desenhos antigos - e "tirar a sua característica daquele tempo" me parecia uma má ideia, mas cada vez mais me dou conta de que na arte - e talvez na vida - não devemos ter medo de nada e, se der na telha, riscar, jogar tinta mesmo por cima e tchau. Realmente, se já faço isso nas telas, por que não nos desenhos no caderninho?

Uma coisa interessante que li sobre diários gráficos é que eles são feitos para um único público - o próprio artista; isto é, eles são feitos como registro para si mesmo, possibilidades para um possível uso no futuro - ou não -, imagens que podem ser interessantes - ou não - , enfim, coisas que como um todo podem - como também não - vir a ser utilizadas. É, mais do que tudo, um registro sem compromisso. De toda forma, compartilho com prazer estes estudos aqui no blog. Se são bons ou não, e se vão ser úteis para alguma coisa além de protagonizar esta postagem, só o tempo dirá. Vamos então, novamente, em frente :)














domingo, 26 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Desenhos da madrugada: estudos de cor




Mais imagens feitas livremente nas madrugadas, no iPhone. Testei algumas possibilidades de paleta - ambas as imagens foram feitas sobre fundo de cor não-branca, e ambas também não usei branco para pintar. Uma decisão simples, boba até, mas que trouxe resultados que me agradaram muito. :)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Referência: Theodore Ushev e o belíssimo "Nightingales in December"


Sensacional trabalho do grande animador Theodore Ushev, um cara cuja obra admiro demais. No blog dele ele fala que o filme surgiu de um convite sensacional: O Festival Du Nouveau Cinemá, do Canadá, o convidou para criar um filme seu, na comemoração do quadragésimo aniversário do festival. O filme abriu  as exibições.
Um trabalho como este me emociona na medida que consegue, ao meu ver, ultrapassar e transcender todas as "questões" que tanto nos preocupam  - narrativa, história, aspectos de produção, técnicas de animação, som etc - e ir muito, muito mais além, nos atingindo diretamente no coração. Tudo é criado de forma sincera, livre e, logo, magnífica, e tudo flui resultando num trabalho belíssimo. A sensação, o sentimento da obra, a sua energia, a sua vontade - é isso o que fica. É o que, no fim das contas, passamos a carregar conosco após vermos algo que nos identificamos. Aplaudo de pé e saúdo este que sem dúvida é um dos melhores curtas que já vi. Claro que eu poderia de toda forma dar ainda uma opinião mais técnica; que as imagens são fantásticas, que animação é primorosíssima, que a música é deslumbrante, a montagem precisa, o ritmo perfeito - e é tudo isso! - mas, como coloquei antes, acredito cada vez mais que as sensações são o que realmente ficam, e é o que prefiro fechar dizendo.

Obs.: Se a janelinha acima do vídeo rodar cortada, e se não puder expandir a janela do navegador, ou o filme não rodar, assista o filme diretamente no site do festival, neste link. Só não deixe de assistir! :D

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sábado de carnaval: pequeno ensaio em PB

Algumas imagens feitas hoje, entre ruas e shoppings - mais especificamente entre céus e manequins - num sábado de carnaval chuvoso em Fortaleza. A experimentação de se estourar luzes e contrastes no tratamento de imagem praticamente em simultâneo ao se fotografar mostra cada vez mais e mais divertida. Mais uma vez, o processo propicia se criar mais intuitivamente, improvisar, no momento, preservando o frescor da criação. :)









sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pequenos achados

Photo


Esperando o ônibus, um dia desses, na Av. Desembargador Moreira, em Fortaleza, deparo-me com esta pequena visão de uma árvore com uma linda silhueta e do céu tão sereno. Nada como o celular que também é câmera e também trata as imagens e também as envia direto para a internet, sem escalas, para podermos capturar e compatilhar quase em simultâneo. Está registrado :)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Estudo animado: Amarelo


Estudo recente, em loop três vezes. Interessante que perda de qualidade na compressão do arquivo, aliada à relativa baixa qualidade (em relação ao padrão HD e tal) do arquivo mp4 exportado do Animation Creator criaram, no fim das contas, um efeito muito interessante; parece mais ainda algo feito bem esboçado, num caderno de estudos, só que animado. As falhas de compressão na cor preta parecem falhas de caneta ou lápis em alto contraste. Mais um pequeno detalhe que me mostra que o caminho é por aqui. Em frente :)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Estudo animado: mais liberdade e menos frescura


Já há algum tempo, ao postar coisas como desenhos e fotos aqui no blog - boa parte, por sinal, já feitos no iPhone - pensei comigo mesmo; "Ué, se posso fazer desenhos e fotos sem compromisso, apenas como estudo, treino ou mesmo pelo simples prazer de fazer, por que não posso fazer o mesmo com animações?".

Longe de querer ser mais um fã cego da Apple, tenho que reconhecer pelo menos uma coisa em Steve Jobs: o homem sabia mesmo como criar coisas que tornam nossas vidas e nossas atividades não só mais simples, mas como nos deixam mais próximos daquilo que realmente queremos fazer, e nos permite fazer ainda mais e melhor. Com o advento do iPhone (e, logicamente, dos bons aplicativos feitos para ele), fica muito mais fácil fazer estes "esboços animados", isto é, pequenas animações que, longe de serem curtas finalizados, são simplesmente manifestações criativas livres de propósito, criadas espontaneamente e - o melhor - em qualquer lugar e sob as mais diversas circunstâncias. Sem precisar criar uma infinidade de pastas, nomear centenas de arquivos, definir formatos e compressões chatíssimas, enfim, travar uma batalha com uma tranqueira de coisas - sejam no universo físico como no digital - , posso desenvolver possibilidades praticamente sem esforço, usando apenas a energia criativa inicial que nos incendeia quando temos uma ideia.

Aqui no estúdio tenho toneladas de teste de animação feitos (sejam fotografados, escaneados ou diretamente digitais, mas ainda finalizados em computador desktop), alguns feitos sempre ao começar projetos, outros que nunca foram iniciados mas deixados de lado e outros que até que ficaram interessantes, mas sabe Deus onde foram parar, nesses gigabytes que deixamos sumir entre DVD's gravados e HD externos lotados. O fato que ocorre é que desenvolver testes livres interessantes e tê-los sistematizados como eu teria desenhos numa pasta - ou mesmo encontrar todos e postar -  era algo quase impensável pra mim. A própria ideia aliás, de compartilhar na rede estes testes era algo que eu ainda não pensava - sua natureza crua demais parecia longe da "polidez" que um trabalho finalizado "exige". Hoje, totalmente através do próprio iPhone, animo (utilizando o aliás excelente software ArtStudio), finalizo um pequeno vídeo, posto diretamente para o Vimeo e voilá! Está pronto e no ar. Mais sem frescura do que isso, só dois disso. Posso criar meus estudos e posta-los, que, ao mesmo tempo que os compartilho, os mantenho como registro do trabalho, dos pensamentos e ideias tidos ao decorrer do tempo.

Quando digo "sem frescura" quero dizer eliminando diversos processos, sem etapas que acabem me distanciando da empolgação e vontade que, acredito, sempre estão no começo de qualquer criação artística, mas que nem sempre chegam ao final. Ao fazer estes estudos, tudo é tão rápido e intuitivo que, antes de pensar, já fiz algumas dezenas de frames e algo que me parece interessante já se delineia. Claro, continuarei fazendo trabalho mais complexos, que necessariamente envolvem mais aspectos técnicos para uma conclusão interessante, mas confesso que criar assim, tão solto, é irresistível, delicioso, instigante e viciante. Não posso deixar de pensar: porque não fazer trabalhos "pra valer" desta forma? Por que todo trabalho animado precisa necessariamente de semanas, meses, até anos produzindo? Por que não posso fazer um trabalho interessante de uma tacada só, em alguns dias (ou até algumas horas) sem processos complexos, sem tantas etapas a serem seguidas, sem um "manual" de produção a ser percorrido? Me incomoda muito, inclusive, que muitos dos meus colegas não consigam ver o cinema de animação além destas fronteiras - o vêem apenas como uma indústria, com uma fórmula a ser seguida para se conquistar um "mercado". As abordagens - sejam técnicas, temáticas ou conceituais - são apenas repetidas, nunca questionadas ou aprimoradas.

Neste momento devo estar conduzindo cerca de uns vinte outros estudos animados, alguns prontos, outros no meio e outros bem no início, todos criados direto no iPhone. Tem de tudo, de linhas mais soltas como este até alguns testes em animação sobre fotos e rotoscopia. Todos livres, sem compromisso com mais nada a não ser deixar a coisa fluir sem restrições. Só em poder criar em qualquer lugar - fila do banco, no táxi, na espera do médico ou até na cama antes de dormir (minha opção preferida, por sinal) - já é um bálsamo. Há tempos penso em maneiras de como "dessacralizar" os aspectos técnicos de sempre de se criar animações, e esta possibilidade é um prato cheio.

Para finalizar, gosto de lembrar das palavras de Norman McLaren que, há quase 70 anos atrás, ao falar do processo de animação feito diretamente na película 35mm, o citava como sendo algo que aproximava o realizador do filme, tal qual o pintor de sua tela - não há intermédiários, apenas ele a lidar diretamente com sua obra, ao passo que na animação, são inúmeros os processos técnicos e operacionais envolvido da criação ao filme finalizado. McLaren hoje com certeza ficaria empolgadíssimo como estas novas possibilidades, e sinto que seu espírito permanece mais vivo do que nunca em todos os realizadores que exploram as possibilidades sempre infinitas que a arte animar oferece. Está tudo aí, à nossa disposição, mais acessível e palpável do que nunca. Vamos em frente.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Aula de Animação Experimental - Casa Amarela



O vídeo acima foi o resultado prático de uma aula-experimento de animação pintura-no-tempo e timelapse, que realizei em dezembro do ano passado no curso de Cinema de Animação da Casa Amarela Eusélio Oliveira, aqui em Fortaleza. A ideia básica era introduzir os alunos ao universo da animação experimental, através da abordagem da pintura-no-tempo. Como só contávamos com uma aula, resolvi mudar o esquema tradicional das oficinas e cursos que ministro; assistimos a apenas um filme de referência (Motion Painting no. 1, do mestre Oskar Fischinger) e depois partimos direto pra ação.



Eu queria pegar o movimento dos alunos, o ato de pintar em si, sua movimentação em volta da imagem. Para isso, colocamos a câmera o mais alto possível na truca, ajustei a lente para pegar todo o campo e uma placa de madeira já estava preparada para a pintura e posicionada sobre a base de trabalho. Mas o desafio só começou - eu ainda me perguntava como, em pouco mais de uma hora, iríamos conseguir fazer um material de duração razoável para os alunos 'pegarem o espírito' de animar assim? A solução então - que contemplava tanto isso como pegar as ações deles ao animar - foi captar tudo em timelapse: ajustei a câmera para fotografar a cada cinco segundos e os alunos foram pintando a superfície, de modo livre e espontâneo. Como sabiam quando a câmera dispararia, foram trabalhando de modo criativo, ora se deixando ver, ora modificando a imagem rapidamente e se ocultando. Foi, de fato então, um experimento que mistura time-lapse e pintura-no-tempo. Fiquei ainda algum tempo me perguntando se um filme desta forma pode ser mesmo considerado animação, no sentido do termo de 'modificação e registro quadro-a-quadro controlado de imagens", mas independente disso, como todo trabalho, o resultado me desperta para as novas possibilidades que podem surgir daí.



Agradecimentos à Mariana Medina, professora do curso, pelo convite, a Josimário Façanha, pela sempre mais do que eficiente (e necessária) assistência e ao NUCA, por ceder o espaço da Sala da Truca, onde o experimento foi realizado. Espero fazer mais destes - com ou sem timelapse - em breve.