segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ANIMAGE 2012


Em setembro do ano passado estive presente no ANIMAGE - Festival Internacional de Animação de Pernambuco. O "ataque" foi por vários lados: dois filmes na competição de curtas metragem e ainda fui convidado pela diretora artística, curadora e grande amiga Nara Normande para ministrar a oficina de Animação em dispositivos móveis. Foram dias incríveis ao lado de muita gente bacana, talentosa e receptiva, como já dá pra sentir na foto de cima.



As minhas atividades começaram com a oficina. Esta foi a primeira vez que ministrei a oficina de Animação em dispositivos móveis, e a sensação durante e após a oficina foi umas das melhores que já senti, como ministrante. A oficina objetivou mostrar os caminhos do cinema de animação como de fato uma forma de arte livre e espontânea, e de como a novíssima abordagem de se animar em smartphones e tablets se liga diretamente a processos artesanais de se animar. A turma se empolgou e pegou rapidamente o espírito da coisa, tendo todos os alunos finalizado nossos quatro dias com excelentes resultados. A turma como um todo se condensou e chegamos ao final com um grupo de alunos muito interessado e dinâmico, que entrou de cabeça nos exercícios, realizando trabalhos incríveis: Mozart, Geraldo, Bruno, Felipe, Luiz, André e Patrick.






Sequência de imagens do Instagram por Geraldo Abílio

No final, juntamos os exercícios da minha oficina com os da oficina da Rosana Urbes (Ilustração e animação 2D) e a do italiano Andrea Martignoni (Sonoridades e trilha sonora no cinema de animação), e fizemos um vídeo coletivo, que montei e foi exibido no encerramento do Animage. Breve posto aqui :)

Entre os pontos mais legais dos festivais está a convivência com os realizadores. Além de animadores de todo o Brasil, haviam ainda da Argentina, Itália, França e Hungria. Como sempre gosto de pensar, tomar café da manhã, por exemplo, com estes amigos dividindo experiências riquíssimas não está nas programações do festival, mas no entanto é um dos pontos mais altos. Poder conviver com Nara Normande, Lilian Pimentel, Virgínia Ramos, Simone Lourenço, Maurício Nunes, Renata Claus, Jeorge Pereira, Tião, Rosana Urbes, Quiá Rodrigues, Jéssica Velazquez, Amir Admoni, P.C. Santiago, Juan Pablo Zaramella, Andrea Martignoni, Jean-Philippe Salvadori, Andrea Kiss e vários outros amigos, de toda parte, entre antigos e novos, foi uma honra e prazer, nestes dias de festival. Infelizmente não há como exprimir aqui todas as ideias trocadas, contatos feitos, agradáveis conversas a todo instante, mas o mais próximo que consigo chegar é que são como se fossem pequenos sonhos que se materializam de forma espontânea e natural, ao conversar com amigos que, assim como a gente, partilham dos mesmos ideiais, vibram com as mesmas coisas e são guiados pelas mesmas pequenas loucuras que nos fazem trilhar o caminho que escolhemos.

Eu entre os membros do júri internacional - o animador argentino Juan Pablo Zaramella e o músico e pesquisador de animação italiano Andrea Martignoni - durante um de nossos animados cafés da manhã :)


E um dos destaques do ANIMAGE é a seleção dos filmes, e este ano não foi diferente. Filmes do mundo inteiro, com as temáticas, técnicas, estilos e abordagens das mais variadas, loucas e inspiradoras. Infelizmente não consegui ver todos, mas vi muuuita coisa legal. A vinheta de abertura das mostras, com trechos de todos os filmes, já dá o tom da programação:



Estar com dois trabalhos lá - Maria da Glória e o Balada do Guarda-Roupa não teve preço, e significava estar entre os grandes ali, o que por si só já era um prêmio. Inclusive já deve ter sido meio que um sinal o Maria estar na sessão de abertura - a chamada "Sessão Expectativa", que assim como em outros festivais, tem alguns dos filmes que meio que são as "apostas" do festival. E aí, eis que o destino conspira a favor mais uma vez: o Maria da Glória foi premiado com o troféu de Menção Especial do Júri! Hahaha, acho que nunca esquecerei o quanto atrapalhado eu levantei quando meu nome foi chamado, e fui lá na frente receber das mãos do Andrea, do júri, o troféu! Foi uma cerimônia muito bacana. O amigo animador e realizador Amir Admoni também foi premiado, e fomos na verdade os únicos brasileiros premiados, entre tantos filmes incríveis e de toda parte que receberam troféus. Se estar presente ali já era um prêmio, imagine só receber de fato um prêmio.




E então ter o Maria da Glória premiado, ainda mais num festival como o ANIMAGE, representou muito pra mim. Este pequeno filme tem aberto muitas portas e possibilidades, e sobretudo tocado muitas pessoas, e é muito interessante mesmo como as coisas que você faz parecem lhe indicar o caminho a seguir. Vamos em frente!

As fotos são de Victor Jucá, Maíra Gamarra, Geraldo Abílio, Jéssica Velazquez e algumas minhas.

Para saber mais sobre o festival, vale visitar sua página oficial, e o seu flickr (de onde tirei as fotos oficiais).

E assim foi, pelo menos do meu ponto de vista, o ANIMAGE 2012. Obrigado a Nara Normande, Gutie, Renata Claus, Tião, Maria Helena, Simone Lourenço, Virgínia Ramos e a toda a equipe responsável pelo festival, por toda a acolhida, convivência e carinho durante aqueles dias fantásticos. O Animage pra mim já se solidifica como um dos grandes festivais brasileiros de animação, e ainda por cima acontece nesta terra maravilhosa, Pernambuco. E a postagem só não termina com mais tom de saudade porque nesse exato momento estou arrumando minhas malas para ir para a edição 2013, que está repleta de novidades que em breve compartilharei aqui. E vamos em frente! :D








quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Anima Mundi 2013: São Paulo

Há algumas semanas cheguei de São Paulo, onde tive a oportunidade de participar do Anima Mundi 2013. Este ano, por conta dos muitos trabalhos e projetos, perdi a edição do Rio e quase não fui de jeito nenhum pra nada, mas na última hora as coisas conspiraram a favor e consegui ir. Foi muito bacana.

Da esquerda pra direita: Pedro Eboli, eu, Gabriel Bitar, Lucas Fernandes, Fábio Yamaji, Thailiny Cruz, Giuliana Danza, Marão e Bianca Oliveira.

Embora tenha sido o ano que menos assisti às sessões e programações, o principal pra mim do festival foi mais do que alcançado: reencontrar os amigos animadores, conhecer outros, fazer contatos, conhecer um pouco mais da cidade (não necessariamente os roteiros turísticos) e sentir essa energia que só indo mesmo pra ver. Mas de tudo mesmo acho que são os encontros com as pessoas que fazem a magia da coisa. Desde os familiares e pessoas próximas que nos ajudam a realizar nossos sonhos (os pequenos e os grandes), até os amigos de toda parte que revemos e os que passamos a conhecer, é isso o que faz toda a diferença. Pra tudo.

E das poucas sessões que vi, a Panorama 8 DOC, que consta de documentários animados, foi a que mais gostei. Muita coisa bacana na possibilidade de misturar documentários e animação - histórias reais recontadas, áudios originais reinterpretados sobre a a ótica da animação e possibilidades tantas sendo exploradas. Quero em breve por meu dedo nessa mistura também. Por hora, abaixo uma seleção dos filmes, trailers e matérias sobre os trabalhos que vi nesta sessão, do que consegui encontrar na internet. E vamos em frente.







Les supercheries littéraires : comment créer un... por lemondefr



domingo, 1 de setembro de 2013

Referência: "Sabina"



Conheci este curta no site do National Film Board of Canada, isto é, pelo aplicativo pra smartphone da instituição (que por sinal recomendo totalmente), e achei incrível! Feito em 1991 pela realizadora Katherine Li, marca um tempo em que se fazer animação fluida assim quadro a quadro, de forma tão livre era algo que não intimidava tanto os animadores, hoje mal acostumados com tanta facilidade técnica. Em um tempo em que nem se imaginava certas mordomias, não se tinha opção a não ser ser louco o suficiente para encarar a coisa de frente, segurar o touro pelos chifres e animar da melhor maneira que se conseguisse. O resultado, quase necessariamente, saia incrível.
E então este filme, extremamente inspirador, reflexivo, forte e incrivelmente delicado, é um trabalho que se torna referência, pelo menos pra mim, de imediato. E também, mostra um cinema de animação feito por mulheres que tem esse toque feminino que faz toda a diferença.